domingo, 10 de maio de 2009

Tudo que vai...deixa o gosto...

Por muitos anos o dia 10 de maio foi um dia especial para mim. Dia de comemorar o amor, de festejar uma vida compartilhada, sonhos projetados, planos feitos e tudo de bom que aquela outra pessoa me trazia.
Hoje, o 10 de maio perdeu seu sentido e virou uma data comum entre as outras do calendário. É igual ao 5 de junho, ao 20 de abril, ou ao 13 de março. Apenas datas...

Ano passado uma amiga me mostrou um texto da escritora Martha Medeiros. Li e gostei muito. Escrita fácil de ser entendida, narrativa gostosa de ler. Este ano, ganhei o livro Divã, da mesma autora. Mais uma vez me vi diante de um texto com palavras fáceis de serem compreendidas, sentimentos fortes e verdadeiros. O texto chegava ao meu dia a dia, tocava meu coração e, assim como Mercedes (protagonista de Divã), senti a vontade de dar a volta por cima.

Uma breve pesquisa no Google e lá estava mais Martha, com seus contos e encantos, com suas palavras que nos atinge a alma. Palavras sábias, doces, de fácil leitura e fácil compreensão. Uma mulher que enxerga lá no fundo a dor do amor, do sofrimento, da solidão, do encanto, da alegria e da verdade que existe em toda mulher. Um reflexo do que muitas vezes sentimos, dos nossos anseios e nossas buscas mais íntimas.

Me disperso do 10 de maio com um texto dela que tudo tem a ver com meu sentimento hoje. E amanhã.... um novo dia.

O AMOR NÃO ACABA, NÓS É QUE MUDAMOS
Martha Medeiros

Um homem e uma mulher vivem uma intensa relação de amor, e depois de alguns anos se separam, cada um vai em busca do próprio caminho, saem do raio de visão um do outro. Que fim levou aquele sentimento? O amor realmente acaba?

O que acaba são algumas de nossas expectativas e desejos, que são subtituídos por outros no decorrer da vida. As pessoas não mudam na sua essência, mas mudam muito de sonhos, mudam de pontos de vista e de necessidades, principalmente de necessidades. O amor costuma ser amoldado à nossa carência de envolvimento afetivo, porém essa carência não é estática, ela se modifica à medida que vamos tendo novas experiências, à medida que vamos aprendendo com as dores, com os remorsos e com nossos erros todos. O amor se mantém o mesmo apenas para aqueles que se mantém os mesmos.

Se nada muda dentro de você, o amor que você sente, ou que você sofre, também não muda. Amores eternos só existem para dois grupos de pessoas. O primeiro é formado por aqueles que se recusam a experimentar a vida, para aqueles que não querem investigar mais nada sobre si mesmo, estão contentes com o que estabeleceram como verdade numa determinada época e seguem com esta verdade até os 120 anos. O outro grupo é o dos sortudos: aqueles que amam alguém, e mesmo tendo evoluído com o tempo, descobrem que o parceiro também evoluiu, e essa evolução se deu com a mesma intensidade e seguiu na mesma direção. Sendo assim, conseguem renovar o amor, pois a renovação particular de cada um foi tão parecida que não gerou conflito.

O amor não acaba. O amor apenas sai do centro das nossas atenções. O tempo desenvolve nossas defesas, nos oferece outras possibilidades e a gente avança porque é da natureza humana avançar. Não é o sentimento que se esgota, somos nós que ficamos esgotados de sofrer, ou esgotados de esperar, ou esgotados da mesmice. Paixão termina, amor não. Amor é aquilo que a gente deixa ocupar todos os nossos espaços, enquanto for bem-vindo, e que transferimos para o quartinho dos fundos quando não funciona mais, mas que nunca expulsamos definitivamente de casa.

3 comentários:

  1. Sem comentários, Lua....ñ sei o que deve acontecer para vc se ligar na sua vida!
    Se liga, pro seu bem...

    ResponderExcluir
  2. O amor acaba, morre. Assim como nós,precisa de alimento. O bom é que ele sempre renasce por outra pessoa basta deixarmos que isso aconteça. Essa é, sem dúvida, a melhor parte da história "quando o amor chega ao fim".

    ResponderExcluir
  3. Perfeito, amiga!!!
    Vamo pra frente q atras vem gente! :P

    Amo mt pra sempre!

    ResponderExcluir