sábado, 16 de maio de 2009

O curioso caso da vida

É até engraçado dizer isto, mas às vezes me assusto com a idade que tenho: 26 anos. Meu espanto nem é pela idade em si, mas pela velocidade com a qual cheguei até ela. Minhas lembranças de criança ainda estão comigo, as brincadeiras de Barbie, de escolinha, de vôlei no portal... No entanto, a vida tem passado tão depressa que quando nos damos conta estamos envelhecendo.

Acabo de assistir o filme “O curioso caso de Benjamim Button”. Que filme! Confesso que no seu inicio estava tomada pela distração e pelo sono. Foram precisos alguns intervalos para não me deixar ser levada por nenhum cochilo. A certo ponto (nem sei ao certo especificar qual), os olhos estacionaram e liguei o pisca de alerta. A cada cena o coração dava uma parada. “E agora, o que vai acontecer??”.

“O curioso caso de Benjamim Button” conta a história de um homem que nasce velho e que vai rejuvenescendo ao longo da vida. Benjamim me colocou a pensar e me tirou o sono que persistia. Chorei, rir, entendi... Entendi que não importa o curso da vida, estamos sempre a vivenciar momentos. Muitas cenas do filme são verdadeiras lições, como na hora em que Benjamim larga tudo e começa outra vez. Podes pensar: “Ah, mas para ele era fácil, uma vez que o tempo passava e ele se tornava mais novo, com mais saúde, mais disposição”. Engana-se. Como qualquer um de nós, a vida dele também teria um final, e mesmo com menos rugas e mais vitalidade, Benjamim carregava consigo o peso da sua historia e dos seus dias.

Vejo aparecer na mídia toda hora mais e mais recursos contra rugas e antienvelhecimento. Por favor, deixe-me com minhas rugas. A marca do tempo em mim servirá para cada dia que eu viver, cada historia que eu possa contar. Só vale rejuvenescer se o ciclo natural for este. Caso contrário, haverá dores e perdas, como em um caso comum qualquer. Enquanto Benjamim se tornava mais vivaz, via as pessoas com que convivia e a quem mais amava partirem. O que vale, é caminhar ao lado da vida.

Mais jovem, Benjamim diz algo que muito me marcou. Quando surpreendido pela aparência mais jovial, ele responde: “apenas exteriormente”. É neste ponto que nasce a essência do conflito entre ser jovem x ser velho. A idade de cada um pode ser contada pelos anos. A aparência pode ser medida pela mudança da cor do cabelo, pelas rugas e pelas marcas. Mas o tempo vivido depende apenas de cada um. Não importa a aparência que você apresenta, mas o que você faz com os dias que te são dados.

Com certeza este foi um dos filmes que mais me tocou até hoje. Não tem como esquecer sua história (sou péssima para decorar enredos de filme. Apesar de comédias românticas serem as minhas preferidas, dificilmente consigo distinguir suas historias),marcada a cada cena pelo diferencial, pelo incomum, o insensato que nos põe a pensar. Benjamim me deixou curiosa não apenas pela sua historia de vida e de amor, mas pelo despertar para a vida. O relógio corre em seu sentido, assim como os dias nascem e vão embora. E não pára. O filme acaba, mas seu enredo segue em cada tempo...

“As nossas vidas são definidas pelas oportunidades... mesmo aquela que perdemos” (o curioso caso de Benjamim Button)

Um PS que não poderia faltar: com o perdão da palavra, PQP!! O que é o Brad Pitt neste filme ao ficar mais jovem?? Como uma pessoa que tem um homem desses em casa ainda pensa em cuidar de 6 filhos?? Por favor, alguém me explica???

2 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkk!!! Muito bom Lua!! Vou assistir!

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  2. Bemmmm, a pergunta sobre o Brad Pitt ñ sou eu que vou responder, porém, o filme realmente é uma verdadeira lição de vida. Assim como Tom Hanks, em Forest Gump. O personagem passa por momentos históricos da humanidade e as conta diante de sua perspectiva. E são essas lições que devemos ter como espelho. É por isso que são "lições", é pra aprender. Tome pra si, Lua. Ele passou por maus bocados, né. E ele seguiu. Demorou, mas seguiu. O bonde anda, ñ devemo deixar ele passar. E assim é a vida, envelhecemos e morremos a cada momento. Por isso que devemos construir esses caminhos de minutos aos poucos e levarmos por todo sempre....profundo isso, né!

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